20 de junho de 2011

CORPUS CHRISTI – Eucaristia, comunhão e gratidão
 
 
Diante do grande e humilde mistério da Eucaristia somos convidados a manifestar nossa alegria externamente. Nossa gratidão nos impele a prestar homenagem pública de amor a Cristo Pão da Vida.



“No Calvário se escondia tua divindade, mas aqui também se esconde tua humanidade”, canta a Igreja em texto de Santo Tomás de Aquino, acrescentando “Venha a fé, por suplemento, os sentidos completar”. O mais visível dos sinais sacramentais é, paradoxalmente, o mais invisível. No Pão não se contempla nem a humanidade nem a divindade do Senhor, mas nele contemplamos sua Presença: é o Senhor!
A festa litúrgica de Corpus Domini (popularmente Corpus Christi) está ligada a uma série de visões, revelações pessoais e milagres eucarísticos acontecidos no século XIII. A causa principal foi a reafirmação de presença real do Senhor no Pão consagrado frente a doutrinas que a colocavamem dúvida. Em 1246 foi instituída como festa na diocese belga de Liège, a pedido da mística Juliana.
Muitas vozes suplicavam que Roma aprovasse uma festa que demonstrasse pública e festivamente a fé católica na presença real. A causa próxima foi o “Milagre de Bolsena”, em 1263, quando, nessa cidade um padre, Pedro de Praga, duvidara da transubstanciação. Peter however doubted the transubstantiation, but as he readied himself to give communion the bread turned blood red; the liquid then spilled onto the white altar cloth, forming a stain that resembled the profile of Jesus, as well as the onto the marble floor and into the grotto of St. Christina, where the stain can still be seen today.Quando ele se preparava para distribuir a comunhão, da Hóstia escorreram gotas de sangue que mancharam de vermelho a toalha. Como o Papa Urbano IV residia em Orvieto, cidade próxima, foi-lhe mostrada a toalha, o que o deixou impressionado. Após muita reflexão, um ano depois declarou que foi milagre.
Assim, atendendo aos apelos da Igreja, em 8 de setembro de 1264 instituiu a Festa de Corpus Domini para toda a Igreja. A seu pedido, São Tomás de Aquino compôs as inspiradas orações e os hinos dessa Liturgia, da qual cantamos sempre o “Tão sublime Sacramento”.
Após a morte de Urbano IV, a celebração da festa do Corpus Domini limitou-se a algumas regiões da França, Alemanha, Hungria e Itália Setentrional. Foi em 1317 que o Papa João XXII restaurou-a para toda a Igreja. Desde então, a festa teve um desenvolvimento extraordinário, e continua sendo especial no coração dos católicos.
Diante do grande e humilde mistério da Eucaristia somos convidados a manifestar nossa alegria externamente. Nossa gratidão nos impele a prestar homenagem pública de amor a Cristo Pão da Vida.
A Hóstia é uma Presença, a Presença do Cristo ressuscitado. Ao passar pelas ruas de cidades e vilas, aclamada pelos crentes que, na delicadeza da fé, lhe oferecem tapetes de flores, de cores, sua Presença se une à nossa presença e à presença em todo o universo. Não há lugar onde o Ressuscitado não esteja, em todos os tempos e lugares a Eucaristia e celebrada.
Eucaristia – encontro e comunhão
De tal modo nos sentimos unidos ao Senhor que, durante a Missa afirmamos que vamos “receber a Comunhão”. O horizonte dessa Comunhão se amplia, dilata, expande num raio sem limites, escreveu Paulo VI em 1969. É uma Comunhão dupla: com Cristo e entre nós que, nele, nos tornamos irmãos. É Comunhão com nossos irmãos, com a comunidade, com a Igreja: “Assim como há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, pois todos participamos do mesmo pão” (1Cor 15,17).
Na Eucaristia nosso encontro-comunhão com Deus é total: nada se interpõe entre nós e ele. Podemos dizer que é momento de Parusia, de vinda gloriosa do Senhor, de fim dos tempos. De certo modo, a cada celebração da Eucaristia acontece o que professamos no Creio: “e de novo há de vir para julgar os vivos e os mortos”. Ao final da Consagração o povo reunido reza, fervorosamente “Vinde, Senhor Jesus!”. E o Senhor vem ao nosso encontro na Comunhão. Nesse encontro aceitamos ser julgados: Cristo divino e humano une-se aos horrores da história, às nossas divisões e competições, ao nosso egoísmo, e também às alegrias e generosidades da humanidade que se une à liturgia celeste: “O nosso coração está em Deus”. Agostinho repetia que a Igreja é a prostituta que Cristo não cessa de lavar em seu sangue, o sangue eucarístico, para dela fazer a Esposa sem mancha. Nós somos os prostitutos que, tomando a Carne e o Sangue do Senhor, somos lavados em nossa interioridade e nos tornamos novas criaturas, renascemos.
O historiador francês, Henri Marrou, quando lhe perguntavam “ virá logo o fim dos tempos, a Parusia?”, respondia: “Não, não creio que será amanhã, mas sei que acontecerá hoje!”. Na Eucaristia.
A potência de Cristo é tão imensa que também na Eucaristia – segundo seu estilo de Belém, de Nazaré, do Calvário – esconde as mais sublimes realidades sob as aparências tão humildes do pão e do vinho que, desse modo, se tornam acessíveis a todos nós. Esse Sacramento é sinal de que Cristo Senhor quer ser nosso alimento, nossa comida, geradora de vida interior para todos nós e, em nós, aplica os frutos da Encarnação: “O Filho de Deus, de certo modo, uniu-se a cada homem” (GS 22).
No pão e no vinho Cristo, em sua humildade, se reparte para todos nós. Nossa resposta é a fraternidade em torno da mesa universal onde, unidos com Cristo, oferecemos uma grande Ceia ao Pai e a seus filhos. Assim, a festa do Corpo do Senhor é também a festa da Humanidade divinizada na Eucaristia.


Fonte: www.bethania.com.br ( Pe. José Artulino Besen.)

Postado por: Yuri Guedes

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